Este
é o meu filho amado em quem me agrado. Ouçam-no! (Mt 17.5)
Sem
duvida alguma uma das principais características de um autentico
filho de Deus é a sua inclinação para ouvir a Sua voz. Jesus
afirmou que suas ovelhas “... ouvem a sua voz... ” (Jo
10.3). No mesmo texto de João 10, ele também desta que elas (suas
“ovelhas”) “nunca seguirão um estranho; na verdade
fugirão dele, porque não reconhecem a voz de estranhos (v.4).
Acredito
ser oportuna tal reflexão, pois vivemos numa época onde a
comunicação é uma das principais estratégias de propagação de
informações e influência sobre as pessoas. Sendo assim, é de
fundamental importância sabermos a quem ouvir, pois nossas palavras
e ações serão frutos das informações corretas ou destorcidas que
estivermos absorvendo.
Naquele
momento de grande gloria, diante da transfiguração de Jesus; Deus
se manifestou como o Pai que afirma o filho, deixando uma orientação
clara para os três discípulos: “Ouçam-no!” É
evidente que tal afirmação deve ser levada a serio por todos os
eleitos, afinal, não nos compete outra coisa a não ser obedecermos
a sua voz. Quem é nascido de Deus se compraz em ouvi-lo.
Consideremos alguns pontos que podem nos auxiliar na desafiadora
tarefa de ouvir a “voz do Senhor” e andar segundo Ele nos propõe.
- Como o próprio Jesus afirmou: “... elas (“ovelhas”) conhecem a sua voz...” (Jo 10.4). Ninguém conhece a voz do Senhor a menos que seja por ele conhecido. Isto significa dizer que tal realidade decorre do novo nascimento, e que apenas os eleitos de Deus, regenerados por seu amor e misericórdia poderão ouvir e discernir o que ele diz e porque diz. Trata-se de um aspecto inerente à relação Pai e filhos. Algo que se desenvolve na caminhada diária e no desenvolvimento de uma relação estreita e saudável, pautada pelo devido embasamento na doutrina bíblica.
- Seguindo a ordem divina, devemos analisar os principais temas à luz dos ensinamentos de Jesus. Essa é a principal maneira de ouvi-lo. Seus ensinos são fundamentais para um viver pautado pela adoração sincera ao Pai e uma caminhada digna do discipulado cristão. Devemos observar, por exemplo, o que os ensinamentos do Mestre revelam sobre questões como: adoração, igreja, comunhão, contribuições materiais (dízimos e ofertas), amor ao próximo, proclamação do evangelho, e tantas outras.
À
medida que nos envolvemos com questões de caráter religioso é
comum assumirmos posturas, falas e ideias; sem antes as avaliarmos
com base nos ensinos de Jesus. Tal inclinação nos torna muito mais
vulneráveis diante de práticas que não sejam reflexo daquilo que
corresponde a andarmos em sintonia com: “Ouçam-no”!
Nenhuma outra voz, ensino ou influência pode ser mais atraente do
que a voz do Supremo Pastor, aquele que dá a sua vida pelas ovelhas.
- Convém lembrarmos que a Igreja de Jesus Cristo está fundamentada sobre a “doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Compreender os ensinos deixados pelos primeiros seguidores de Cristo é uma das melhores maneiras de darmos ouvidos à Sua voz. Isso demonstra quão importante é o embasamento doutrinário para um caminhar alinhado com o propósito divino. Fugir da solidez doutrinaria é semelhante a construir uma casa sobre a areia.
A
falta da doutrina bíblica e as muitas interpretações infundadas
tem sido a causa de praticas estranhas ao evangelho de Jesus e a
manifestação de inúmeros escândalos. Ouçamos a doutrina bíblica,
e a partir dela desenvolvamos práticas simples e transformadoras,
próprias dos autênticos filhos de Deus.
- Creio que outra maneira saudável de “ouvirmos Jesus” é interagindo com os irmãos da fé. Pessoas que procuram caminhar com base nos ensinos do Mestre. Neste caso, os encontros coletivos são de fundamental importância para a edificação mutua e os constantes ajustes na caminhada. Cada participante contribui com seus dons, compartilhando e recebendo. Através do compartilhamento coletivo podemos discernir melhor o que Jesus nos ensina com base em sua Palavra, evitando “achismos” e principalmente, praticas desconexas com a verdade divina.
Atentemos para a
orientação divina: “Ouçam-no!” Que este apelo
nos atraia aos fundamentos da fé bíblica, e nos afaste da falsa
espiritualidade baseada nas emoções e tantas manifestações
vestidas da roupagem religiosa, mas desprovida do verdadeiro sentido
cristão. Voltemo-nos para a comunhão com o Senhor, atentos aos
ensinos do Mestre, fundamentados na doutrina dos apóstolos e sem
desprezar o viver em comunhão com os irmãos. Assim, a voz do Senhor
será muito mais clara e manifesta em nosso viver.
Riva
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